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Pois continuo sem alugar nada, sem sequer uma infima parte do corredor que dá acesso ao quarto ou vise-versa.

Está vazio despido de tudo e a luz também teima em não entrar lá.
Assim, vazio, bolorento e com cheiro bafioso é o que me resta!

Em tempos, conta ele, que não era assim. Havia vida, risos e cor por todo o quarto e ainda sobrava para quem abrisse a janela e deixa-se contagiar por esta alegria constante.


Mas ficou prometido os critérios para o aluguer deste quarto que até a bem pouco tempo se mantinha ocupado.

Pois bem, devara saber quem o pretender alugar que este quarto tem vida propria, pode a qualquer momento mudar de cor, de movéis de sitio. É movél e só notifica mesmo antes do despejo aconteçer sem aviso previo.

Neste quarto não é permitido limpar o pó nem tão pouco varrer o lixo para debaixo do tapete.

O pó e o lixo são recordações e memorias vivas. Elas movimentam-se livremente pelo ar. São particulas pequeninas que atravessam a area toda do quarto, mas no entanto trazem com elas tanta energia que rapidamente se colam as paredes para abrir mais uma fresta e faz doer.

Faz doer mas e parte desse quarto e é para manter. Logo quem tem alergia, urticaria ou simplesmente coceira a este tipo de coisas não deve sequer por lá os pés.

Depois é presiço que apreciem o quarto, que cuidem dele, que o mantenham vivo mas que nunca em caso algum tentem mudar os cortinados ou sequer a cor da parede. Teram que gostar dele exactamente como vos é apresentado.

No quarto existe um apêndice, uma arrecadação em construção que ainda é pequenina mas que é uma parte muito importante do quarto. É lá que ele se refugia para ter vida. E é ela, essa parte pequenina do quarto que precisa de ser cuidada e amada.

Exijo 2 coisas para quem quer alugar este quarto:

Que sejam honestos mesmo que saibam que poderam ser despejados

Que saibam puxar o autocolismo quando fazem merda. Ninguém gosta de ver isso a boiar, muito menos eu, assim, sendo que qualquer um de nós em qualquer altura da vida faz merda, por favor saibam puxar o autocolismo.

O genero terá que ser masculino, inteligente não necessáriamente mas interessante sem duvida.

Um pouco misterioso e muito arrumado.

Uma pessoa que saiba apreciar o quarto e realçar o melhor que nele existe sem pretenções de alterar o que menos gosta.

Enfim sou uma esquisita mas acho que ainda um dia conseguirei alugar o quarto.

Não sou

uma arrendatária vulgar.
Este é o ínicio do blog.
Na mais pura das verdades sou uma pessoa cujo quarto que alugo não se vê mas sente-se.
Se fosse uma arrendatária vulgar teria posto um daqueles anuncios perfeitamente elaborados que vemos tantas vezes afixados nos corredores nos mini/super mercados onde as letras gordas e garrafais exibem um excelente Alugo ou Vendo, e em seguida uma descrição promonorizada do que de facto nem sequer cosnta naquela habitação mas que apela ao interresse dos que procuram essa dadiva.
Mas não, não alugo nada disso nem tão pouco pretendo por um desses anuncios pois se asssim fosse não escreveria um blog.
Escusam de chover numeros de telefone ou qualquer outro tipo de contacto a pretenderem alugar o quarto sem que leiam exactamente o que pretendo.
Pois existem algumas regras gerais e critérios para os demais interessados.
Mas isso fica aqui num proximo post.